Nova terapia reúne conversa e massagem

Por G1 São Paulo

 

Ainda pouco conhecida no Brasil, a técnica da terapia morfoanalítica, criada na França em 1983, trabalha o corpo e a mente de maneira complementar e interligada. Diferente de uma terapia usual, além da conversa com um terapeuta, o paciente tem sua postura corporal observada e recebe uma massagem durante as consultas, que são geralmente semanais, com duração de uma hora.

“Não há pontos específicos do corpo para tratar cada angústia ou problema. A massagem é feita de uma maneira generalizada, com uma atenção especial à pele, que consideramos ser aquilo que controla a pessoa e suas impulsões, reduzindo a possibilidade do paciente se sentir invadido”, afirma Pierre Mignard, terapeuta psicocorporal morfoanalista, membro do Sindicato Nacional de Psicoterapeutas da França e responsável pela formação em terapia morfoanalítica no Brasil. Segundo Mignard, a pele é responsável pelo controle da insegurança.

Ainda de acordo com Mignard, a terapia não tem contra-indicações, mas ainda não é aplicada em crianças menores de 12 anos. “A técnica exige um mínimo de concentração para que se consiga bons resultados, por isso aplicamos a terapia apenas em adolescentes, que têm grande necessidade de autoconhecimento, e adultos”, diz.

A terapia não é reconhecida como uma forma de medicina, mas para aplicá-la é preciso ter formação em saúde e se submeter a um curso específico durante quatro anos, ministrado, entre outros, por Mignard. Além de problemas com insegurança, auto-estima e perdas em geral, é possível reduzir efeitos de problemas digestivos, respiratórios e até posturais por meio da terapia, sem, é claro, abandonar tratamentos convencionais.

Para Márcia Lavaqui, diretora da Associação Brasileira de Terapeutas Morfoanalistas, o método tem ganhado espaço e reconhecimento com o passar dos anos no Brasil. “Ainda não é um tratamento muito conhecido, mas cada vez mais pessoas percebem a importância de tratar a mente vinculada ao corpo para se ter a plena consciência de si e viver melhor em um cotidiano sempre tão corrido”, afirma.

Superação de perdas

Isabel Rosso, quem tem 69 anos, faz terapia morfoanalítica há dez anos e conta que já resolveu problemas físicos e psicológicos com a terapia. “Tive um problema sério no joelho e no tornozelo e estava prestes a operar quando conheci a terapia. Depois disso, quando perdi minha mãe, tive dores muito fortes na coluna e a terapia me ajudou a resolver a dor física e a dor psicológica de ter perdido alguém tão importante”, diz.

Em entrevista ao G1, Isabel afirma que o tratamento trouxe uma maior compreensão de seus próprios desejos e limites. “Eu acho que você não é só cabeça, você é corpo e mente, e o toque da terapeuta revela um sentimento que você não espera. Muitas vezes eu saía da consulta triste, mas aprendi que na tristeza você também cresce”, diz.

Isabel, que já esteve bem acima de seu peso, hoje trabalha em uma oficina de massas e se diz confortável. “Antes, eu não podia ouvir falar de comida por meu excesso de peso. Hoje, lido com isso muito bem e tenho prazer em trazer fartura aos outros”, afirma. “Eu recomendo e não consigo imaginar muitas das etapas de minha vida sem esse apoio ao corpo e à alma.” 

Serviço

Associação Brasileira de Terapeutas Morfoanalistas

www.abtm.com.br

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MRP587007-5598,00.html

G1 São Paulo

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