A TM é uma ciência jovem e em expansão, portanto enfrentamos as mesmas dificuldades que os jovens ao iniciarem uma vida profissional. Recentemente li um ensaio falando do surgimento da psicanálise como ciência e o momento histórico sócio-político-econômico da
época. O mundo vivia então a crise deixada pela passagem dos exércitos de Napoleão. Por toda parte os povos buscavam sua identidade e assistia-se ao nascimento das nacionalidades. Neste período o anseio por identidade habitava o universo pensante. O povo judeu não se
enquadrava em nenhuma delimitação que os estados tentavam lhes dar. Era um ambiente de conflitos que detonou uma explosão construtiva de riquezas e domínio da natureza. Freud é filho deste contexto e a partir dele gerou-se a psicanálise, uma ciência que não se enquadrava em nenhuma já existente. Tanto quanto o povo judeu na época que tinha ritos e costumes próprios à revelia dos estados, esta ciência emergente formulava conceitos fundantes de uma teoria, uma estranha entre as ciências aceitas na época. Os conhecimentos gerados ficaram presentes em muitas áreas. E é desta herança que tomamos emprestado muitos conceitos para nosso trabalho. Mas não é a única herança que temos. Sem entrar em questões históricas o corpo foi esquecido por muitos, mas que houveram grandes pensadores do corpo, da vida que é vivida no corpo. Há os que compreenderam de forma mais técnica o funcionamento do corpo, e destas F. Mèzieres, a pioneira na compreensão do não menos inteligente sistema de defesa do corpo, o sistema de compensação das cadeias musculares.
É muito interessante observar que estas três áreas se desenvolveram quase que paralelamente, mas não se cruzavam. É mais interessante ainda quando lembramos que as três áreas tratam, na verdade, de uma só: O SER.

Márcia Lavaqui