A TERAPIA MORFOANALÍTICA

A Terapia Morfoanalítica é uma terapia psicocorporal analítica que compreende o ser humano como uma unidade indissociável corpo/psique. Integra o trabalho sobre a estrutura ósteo-muscular da postura e a análise do conteúdo emocional associado à vivência corporal. Esta perspectiva global permite compreender por um lado o componente psíquico de uma manifestação física e, por outro, a somatização de um fenômeno psíquico. Ambas as realidades, física e psíquica, se produzem simultaneamente, independente do veiculo através do qual se exteriorizam.

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Logo da Terapia Morfoanalítica

Valorizamos o papel do corpo na psicoterapia, especialmente nas manifestações psicossomáticas. O sintoma é tratado no plano físico ou psíquico sobre o qual se manifesta, criando as condições para que o paciente reconheça e incorpore sua dimensão inconsciente.

As técnicas de reajustamento postural, respiração, massagem sensorial e profunda integradas com os tempos de verbalização e análise do conteúdo emocional das tensões, vão se interiorizando ao longo do processo do paciente em função de suas necessidades.

O Terapeuta Morfoanalista restaura a dimensão terapêutica do toque. Ele é consciente do potencial curativo e mobilizador desta ferramenta e o utiliza com profissionalismo, com respeito e no ritmo do paciente. A qualidade empática e o nível profundo de comunicação que se estabelece através do toque são indispensáveis para que as técnicas utilizadas atuem eficazmente em todos os níveis do Ser.

Criador da terapia morfoanalítica

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Serge Peyrot – Criador da Terapia Morfoanalítica

Serge Peyrot é um dos ex-alunos mais conhecidos de Françoise Mézières, fisioterapeuta francesa, pioneira da Reeducação Postural Global.

Na aplicação da técnica Mezierista, alguns pacientes apresentavam desbloqueio das tensões que eram acompanhados por desbloqueios emocionais (risos, choros, sentimentos de tristeza, raiva, carinho). Lembranças, imagens surgiam espontaneamente durante o trabalho corporal. Esses acontecimentos eram considerados “um mal menor”, “efeito secundário”, uma reação do tipo “histérica”. Manifestações até então indesejadas!

Serge Peyrot, foi percebendo que estes sentimentos e emoções eram a expressão autêntica do conteúdo inconsciente das retrações e tensões musculares e que então, não poderiam ser excluídos do trabalho corporal global. Assim, ao invés de interromper as sessões, ele decidiu acompanhar seus pacientes nesses momentos.

“No início, comecei aplicando a técnica de Mézières com massagens. Muitos pacientes manifestavam reações emocionais intensas. Grande quantidade de energia reprimida descarregada nas sessões necessitava ser acolhida, escutada com amor e sem julgamentos. Às vezes bastava um toque da minha mão ou a tomada de consciência de uma região corporal para desencadear novas sensações. Minha resposta a estas situações era puramente intuitiva, fazia o que a natureza me ditava, deixava de lado as preocupações técnicas do fisioterapeuta para ser Um com meu paciente”. Serge Peyrot

Ao respeitar o ritmo do paciente, estar ao seu lado sem julgamentos, acabava favorecendo que essas manifestações acontecessem, como se os pacientes entendessem que estavam autorizados a viver esses momentos e, pouco a pouco, as manifestações emocionais “sem sentido” se revelaram como a expressão e ao mesmo tempo a consciência de antigos traumas que estavam guardados em forma de tensões musculares.

Este trabalho conseguia liberar ao mesmo tempo as crispações musculares e o conteúdo emocional que as havia causado. Serge Peyrot estava redescobrindo que a divisão entre Psique e Soma (Mente e Corpo) é real apenas na mente de alguns cientistas e terapeutas, porém, os pacientes não vivem esta separação e se a vivem é sinal de que algum tipo de disfunção os invade.

Também foi aluno de Jean Sarkissoff, psiquiatra e psicanalista Suíço, criador da Psicanálise Ativa, um método que permite tratar os traumatismos mais primitivos e suas consequências na vida adulta quando aparece a reativação ou uma manifestação corporal em forma de somatização.

Durante um tempo, Serge esteve muito empenhado em elaborar mais a fundo um trabalho de acompanhamento emocional psicocorporal. Ao longo de anos de estudo e experimentando várias técnicas corporais, estendeu sua escuta a outros tecidos além do tecido muscular como o estudo das fáscias, do peristaltismo e os trabalhos de correções de retrações. Desenvolveu trabalhos de sensibilização e escuta de nosso envoltório (pele) e os trabalhos de consciência corporal para ajudar o paciente a escutar-se e sentir-se.

Mais tarde, graças ao trabalho que fez com a Psicanálise Ativa pôde elaborar, adaptar e introduzir os elementos de acompanhamento relacional, ou seja, tudo o que foi despertado a partir da relação terapeuta-paciente dentro da sessão.

A partir das experiências clínicas de Serge Peyrot, estava suficientemente estruturado o quadro terapêutico da Terapia Morfoanalítica.

 
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